Alternativa
Ao invés de reuniões, o celular como aliado
Cobrança da população por soluções rápidas para a cidade faz com que secretários e prefeita discutam problemas através de mensagens
Gabriel Huth -
Quinta-feira, 20 de julho, 15h. Em meio a uma reunião com assessores, o secretário de Qualidade Ambiental recebe um alerta no celular. Em uma mensagem através do WhatsApp, recebe a reclamação de uma moradora, enviada pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), sobre a poda de uma árvore que deveria ter sido realizada há pelo menos uma semana, mas que continuava com seus galhos próximos à fiação elétrica na avenida Domingos de Almeida: “Achei que isso já tinha sido resolvido. Dá uma atenção a isso, por favor”. Imediatamente, Felipe Perez deixa a sua sala e pede para a equipe que solucione o problema o quanto antes.
Esta é uma demanda simples, mas que como tantas outras comumente vira bronca da população pela falta de atendimento rápido. É assim com buracos nas ruas, problemas com distribuição de água e até os horários de ônibus nos bairros. Cada vez mais, a solução passa por uma cobrança “pública” entre auxiliares e a própria prefeita através dos grupos de discussão. O que, de acordo com os próprios secretários, coloca todos sob responsabilidade de agilizar ainda mais as soluções não só de problemas simples, mas também de encaminhamento de ações mais complexas.
“Há alguns dias tivemos o caso do incêndio no condomínio Azaleia, durante a madrugada. Imediatamente a notícia chegou pelo WhatsApp e já mobilizamos a estrutura para atender a família. Foi muito mais rápido do que se precisássemos trocar telefonemas ou nos reunir antes de agir”, conta o secretário de Assistência Social, Luiz Eduardo Longaray. Daiane e os cinco filhos que recém haviam se mudado foram socorridos e em pouco tempo receberam roupas e colchões para amenizar a situação, já que tiveram todos os pertences queimados.
Apesar da comunicação rápida facilitar o trabalho, há quem deixe escapar que nem sempre os grupos mantêm o foco nos problemas da cidade. “Alguns não têm muita finalidade. Mas a maioria das vezes a informação é útil e, quando chega a cobrança, ela tem que ter resposta. É uma pressão a mais sobre o nosso trabalho e não tem hora para acontecer. Eu mesmo já alertei sobre invasões de áreas públicas às 3h30min da madrugada”, relata Jacques Reydams, da Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana.
Com pelo menos oito grupos diferentes em seu celular ligados à cidade e para discussões com outros prefeitos da região, Paula afirma que nem tudo se resolve por mensagens. “É uma ferramenta fantástica, uso direto. Isso agilizou o trabalho, mas não tirou a necessidade de reuniões”, diz.
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